quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Acto II: Ultimato das bananas




_A 14 de Janeiro de 1659, travou-se a Batalha das Linhas de Elvas entre o, recentemente formado, Portugal e a velha Espanha. Pouca gente o sabe, mas a verdadeira razão da batalha que viria a decidir o futuro da história portuguesa, com perdas de mais de 13mil homens, provocar sussessivas azias à rainha D. Luísa e principal motivo dos antepassados do Zézé Camarinha migrarem para o Algarve, foram dois quilos de bananas...


-Recolham as velas! Mais rápido ou ainda ficamos ancorados nos recifes!

_Dia 24 de Agosto de 1657. Do barco, avistam-se agora as colinas brancas deste mundo já bem conhecido por este navegador. D. António Luís de Meneses, Conde de Cantanhede, efectua mais uma rota comercial até à costa de Maiorca.

-Capitão, estamos prontos para desembarcar!
-Óptimo! -assentiu- Hoje ficam dez de vigia. Voltaremos ao pôr-do-Sol.
-Sim, senhor!

_Assim que a leve brisa com cheiro a estrume lhe bate nos pêlos das narinas, sente-se em casa. Já passaram alguns meses desde a última vez aqui. Do alto do convés apercebe-se que continua tudo na mesma. As mesmas casas, o mesmo ruído, o mesmo peixe nas peixarias. Até as damas da região continuavam como ele as deixou, belas, majestosas, prenhas.
_Queria avançar, pisar a terra que lhe trazia tão boas recordações, mas algo o impedia. Não era medo, nem exitação, era um macaco peludo! "Sir Corrones" o valente símio, condecorado no ano anterior por outrora salvar a rainha britânica de se desmaterializar pia abaixo, graças aos seus avantajados genitais.

-Tira essas abóboras sexuais de cima de mim! -ao mesmo tempo que projectava as bolas e o seu macaco contra a popa do navio-

_Pronto para desembarcar, inspirou bem fundo, e avançou. Deu dois passos, tropeçou num microondas, deu com os queixos num caixote de bananas estacionado no cais e acabou por cair nas águas turvas do Mediterrâneo.

_O corajoso explorador acabou por se afogar, levando consigo as bananas, visto ter ficado preso ao caixote durante a queda. Dois anos depois, D. Luís de Haro atacava Elvas reclamando os seus dois quilos de bananas.

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